Jose Ibrahim

O líder da primeira grande greve que afrontou a ditadura

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José Ibrahim foi diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco aos seus 20 anos, líder da greve de 1968 na cidade, enfrentou a ditadura, foi preso, torturado e banido do país em troca do embaixador americano. Viveu cerca de 10 anos de exílio em Cuba, Chile e Bélgica. Em Bruxelas, participou do Grupo de apoio à oposição sindical, fez contatos com o sindicalismo europeu e mundial, criou a Maison de l’Amérique Latine, onde realizou encontros pela anistia no Brasil e o Encontro de Sindicalista em maio de 1979, mês de sua volta ao Brasil, antes da Anistia, justamente para fazer pressão para que ela saísse sem mais tardar.

“Quando foi discutida a lista dos presos a serem trocados pelo embaixador Charles Elbrick, seu nome foi dos primeiros a serem lembrados”, rememora o jornalista e político Cid Benjamin, que participou do sequestro do embaixador norte-americano.

Na volta de seu exílio, Ibrahim continuou as lutas pela anistia, pela democratização do país, ajuda a criar o PT e a CUT, sai delas por falta de espaço. “Lula me deu uma rasteira”, José afirmou em conversa com o amigo Alemão. Não foi reconhecido pelo pessoal do ABC na importância que teve no Novo sindicalismo brasileiro. No entanto, das seis maiores centrais sindicais brasileiras, participou da criação de três delas: CUT, Força Sindical e UGT, ocupando a direção das relações internacionais e a de formação. Na política, ajudou a criar o PT, foi para o PDT e depois para o PV. Candidato três vezes, nunca se elegeu.

Com o intuito de reconhecer a importância de Ibrahim e da história do movimento sindical osasquense, o Centro de Documentação e Memória do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco têm trabalhado para contar sua história que foi abafada pela ditadura, sem que fosse possível ter mudado os rumos da história naquele momento. Este livro faz parte desse esforço.

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