Número de brasileiros fora da força de trabalho é recorde: 65,7 milhões

Desemprego sobe, apesar de mais pessoas terem deixado de buscar uma vaga. Desalento também está no maior patamar

RIO – O IBGE informou na manhã desta sexta-feira que o desemprego subiu para 12,4% no mês de fevereiro . Isso ocorreu mesmo com um número recorde de brasileiros fora da força de trabalho. No trimestre encerrado em fevereiro, segundo o IBGE, um total de 65,7 milhões de pessoas não estavam trabalhando nem buscando uma vaga. Esse número representa uma alta de 1,2% de brasileiros nessas condições em relação ao mesmo trimestre de 2018.

O grupo que está fora da força de trabalho inclui pessoas em idade de trabalhar, a partir de 14 anos, mas que não estão procurando emprego.

O número de trabalhadores desalentados — aqueles que até gostariam de trabalhar, mas que não buscam uma vaga por acreditar que não têm condições de serem contratados — também se manteve em patamar recorde, em 4,9 milhões. É um número 6% maior do que no mesmo período de 2018.

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Entenda os números:

13,1 milhões de desempregados

São os brasileiros que buscaram uma vaga na semana da pesquisa do IBGE mas não encontraram.

4,9 milhões de desalentados

São os trabalhadores que estão desempregados mas nem procuraram vaga na semana. Inclui quem se acha muito jovem, muito idoso, pouco experiente, sem qualificação ou acredita que não encontrará oportunidade no local onde reside. O número de desalentados é influenciado por vários fatores, até por notícias relacionadas à crise. Parte das pessoas que tem contato com informações sobre aumento de número de desempregados simplesmente desiste de procurar. O número se manteve recorde em fevereiro.

6,7 milhões de subocupados

São brasileiros que fizeram algum tipo de trabalho, mas que dedicaram menos de 40 horas semanais a isso e gostariam de trabalhar por um período maior. Um profissional freelancer ou alguém que faça bicos e não está conseguindo muitos trabalhos se encaixa nessa situação.

27,9 milhões de trabalhadores subutilizados

Este grupo inclui, além dos desempregados, os desalentados, os subocupados por insuficiência de horas trabalhadas e ainda a força de trabalho potencial. Com 8,1 milhões de brasileiros nessas condições em fevereiro, a força de terabalho potencial considera duas situações: 1) quem procurou uma vaga mas, por algum motivo qualquer (como, por exemplo, cuidar de um parente doente), não estava disponível para trabalhar na semana da pesquisa do IBGE; 2) quem não procurou uma vaga, mas estava disponível para trabalhar na semana de referência.

65,7 milhões fora da força de trabalho

São pessoas em idade ativa, ou seja, com mais de 14 anos, mas que não estavam trabalhando nem buscando emprego. Em momentos de crise prolongada de emprego, além de aumentar o desalento, costuma crescer também o número de pessoas fora da força de trabalho.

Publicado originalmente em O Globo Economia

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