Que venha o novo!

Artigo de Enilson Simões de Moura, o Alemão, presidente do Sindbast e vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), publicado no portal do Estadão, em 05 janeiro 2019

Veja o artigo abaixo ou no portal do Estadão.

É lamentável e medíocre a carta enviada em 1.º de janeiro ao presidente Jair Bolsonaro, pelas centrais sindicais Central Única dos Trabalhadores – CUT, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores – UGT, Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB e Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST. São ações como essa que levaram ao isolamento de nossas entidades representativas junto à sociedade civil.

A carta defende a política de valorização do salário mínimo, do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, do Seguro Desemprego, do Abono Salarial, das políticas de intermediação de mão de obra e de qualificação profissional e o fortalecimento das negociações coletivas.

A realidade do mundo do trabalho tem mudado aceleradamente. Apenas uma minoria de trabalhadores possui a carteira de trabalho assinada. Existe uma nova configuração de trabalhadores informais, terceirizados, pejotizados que estão isolados de tais entidades sindicais. As Centrais parecem ignorar essa realidade.

“O passado é uma roupa que já não nos serve mais”, como dizia Belchior. É hora de mudança. Não sabemos o que será o governo Bolsonaro, mas sabemos o que foram os governos recentes e a herança que deixaram de caos econômico e profundo desemprego que atinge os mais fragilizados.

Não podemos nos omitir em relação às reformas. Elas são urgentes e necessárias, como a da Previdência e a Tributária.

Não custa lembrar que Lula começou seu governo com uma forte reforma da Previdência que lhe rendeu a estabilidade necessária para seguir em frente.

Partir para a oposição prévia como já indicou a CUT, é apostar no envelhecido ‘quanto pior, melhor’, atitude semelhante à adotada por Dilma ao afirmar que ‘espera o fracasso’ do atual governo.

O papel do Estado deve ser repensado. Durante décadas, o Estado serviu para abrigar apadrinhados políticos em estatais que não trouxeram nenhum benefício à população. É urgente desaparelhar a máquina pública e torná-la do tamanho necessário para fazer valer o que prevê nossa Constituição Cidadã: saúde e educação para todos. E de qualidade.

O Brasil vira uma página de sua história. Quem não acompanhar as mudanças estará preso ao passado e amarelado como as páginas de um velho livro.

É preciso olhar para frente com confiança.

Boa sorte, presidente Bolsonaro!

Boa sorte, Brasil!

*Enilson Simões de Moura, o ‘Alemão’, vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT)

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