Empresa apresenta projeto para construir ‘novo Ceagesp’ em Perus

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Prefeitura quer transferência do serviço da região da Lapa. Terreno sugerido é visto como estratégico para logística.

A Prefeitura de São Paulo recebeu nesta quarta-feira (13) um projeto de uma empresa interessada em construir o novo entreposto de abastecimento em Perus, na Zona Norte de São Paulo, em substituição ao Ceagesp, na Vila Leopoldina (Zona Oeste).

A desativação do atual entreposto é um desejo antigo do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que afirma que a mudança vai tirar os 14 mil veículos – boa parte caminhões- da região da Ceagesp, melhorando o trânsito e diminuindo a poluição.

O projeto protocolado nesta quarta na Prefeitura pelo Nesp, um grupo de 25 produtores e comerciantes de alimentos, prevê a construção do entreposto em uma área de quatro milhões de metros quadrados. O bairro de Perus é considerado estratégico por estar perto do Rodoanel e também de ferrovia.

O projeto foi protocolado por meio de uma manifestação de interesse público (MIP) e não há garantias de que será executado. Ele será estudado por um prazo de até 120 dias por um grupo formado por representantes da prefeitura e do governo federal, já que o Ceagesp pertence à União.

O grupo foi formado em junho de 2015, quando Haddad firmou um termo de cooperação com a União visando a transferência do Ceagesp. À época, o Ministério da Agricultura estimou que a licitação para definir a empresa responsável pelo novo serviço seria concluída em um ano, mas ela não chegou a sair do papel.

O prefeito Fernando Haddad afirma que o projeto também será discutido com os moradores da Lapa e de Perus em audiências publicas e apontou diversos benefícios. Um deles é a criação de 30 mil empregos no novo Ceagesp e a criação de áreas verdes pelo Nesp em parte do terreno.

Já a área do atual Ceagesp, que tem 700 mil metros quadrados, receberia um projeto de urbanização envolvendo empreendimentos imobiliários, o que poderá criar 38 mil empregos, segundo o prefeito. Parte das habitações deverão ser de interesse social. A área poderia ainda abrigar instalações da USP, segundo o prefeito – a cidade universidade fica próxima, do outro lado do Rio Pinheiros.

A estimativa do Nesp é que o novo entreposto receba investimentos de até R$ 5 bilhões. Já a Prefeitura estima que a construção de um bairro planejado aproveitando uma área nobre da cidade e relativamente próxima ao Centro, caso da Vila Leopoldina, compreenda investimentos de R$ 10 bilhões.

Haddad afirma que o projeto é positivo não apenas do ponto de vista da população e do meio ambiente, mas dentro de um projeto maior de desenvolver os entornos dos rios de São Paulo. ‘Queremos olhar para o Tietê como as grandes cidades do mundo fizeram ao olhar para o seu principal rio e desenvolvê-lo adequadamente, socialmente e ambientalmente’, afirmou.

Novo presidente
O prefeito também comentou o fato de o Ceagesp ter agora um novo presidente. Trata-se de Antonio Carlos do Amaral Filho, nomeado pela gestão Michel Temer. Em entrevista publicada nesta quarta no jornal ‘Valor Econômico’, Amaral Filho afirmou que não pretende mudar o Ceagesp de lugar, o que pode barrar os planos da Prefeitura de São Paulo.

Haddad afirmou que considera difícil que o novo presidente esteja a par das negociações. ‘É difícil uma pessoa que assumiu dia 27 em tão pouco tempo tomar conhecimento de um processo que tem dois anos’, afirmou. ‘Evidentemente temos o maior interesse em procurá-lo. (…) Ele é muito bem-vindo ao debate’, disse.

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